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Projeto leva cuidados e dignidade à população de rua


Fonte: Assessoria de Comunicação / CRF-PR
Data de publicação: 26 de dezembro de 2019

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Ação da ONG Médicos de Rua oferece assistência voluntária à população em situação de rua

O projeto Médicos de Rua chegou ao Brasil em 2015 pelo neurologista Dr. Mário Vicente Guimarães, professor da Faculdade de Medicina da Anhembi-Morumbi, de São Paulo. Dr. Mário trouxe a ideia após conhecer o trabalho do médico americano Dr. Jim Withers, o grande inspirador do que hoje se chama “medicina de rua”. Desde 1992, ele faz o atendimento da população sem-teto. Começou nas ruas de Pittsburgh e hoje ajuda a coordenar uma organização que já atua em 85 cidades de 15 países e Curitiba está entre elas.

Em junho de 2018, uma rede de profissionais foi formada e a primeira ação na capital paranaense aconteceu na Praça Tiradentes. Atualmente, são cerca de 600 voluntários envolvidos, entre farmacêuticos, médicos, fisioterapeutas, enfermeiros, dentistas, biomédicos, psicólogos e assistentes sociais. Com o tempo, profissionais de outras categorias passaram a integrar a ação, como advogados, cabeleireiros e esteticistas, além dos veterinários, a partir da constatação de que os moradores de rua geralmente estão em companhia de animais domésticos, principalmente cães.

Doenças infecciosas, respiratórias e lesões resultantes de brigas ou feridas no pé pelo simples fato da pessoa não ter um sapato estão entre os casos mais comuns de enfermidades nos moradores de rua. Mesmo em meio a tanta precariedade, a assistência às vezes sai da esfera médica para a judicial, como auxílio para obter documentos, por exemplo, com ajuda de advogados ou abrange ainda seus animais, já que o trabalho é feito por veterinários para tratar doenças que façam mal aos bichos e humanos.

Pouco a pouco, o projeto também ganhou a ajuda de estudantes e hoje, todo mês, alunos de Farmácia, Medicina, Enfermagem e outras áreas juntam-se a seus mestres para socorrer quem não tem acesso a qualquer serviço de saúde.

A partir da multidisciplinaridade da equipe, o projeto Médicos de Rua disponibiliza atendimento nas áreas de atendimento clínico, saúde da mulher, saúde da criança, saúde mental dos pacientes, saúde bucal, atendimento jurídico e saúde dos animais de rua. O fluxo de atendimento passa pelas estações de triagem, com acolhimento, anamnese, sinais vitais e exame clínico. Essa etapa é realizada por alunos de Medicina, acompanhados por médicos para determinação do diagnóstico e conduta.

Em seguida, os pacientes percorrem as estações terapêuticas, que envolvem procedimentos e testes como glicemia capilar, hepatite B e C, HIV, sífi lis e Beta HCG.

Na estrutura montada a céu aberto, em um dos postos, funciona a Farmácia coordenada pela farmacêutica Laryssa K. Rauh Zawadzki, juntamente com mais duas subcoornedoras, as farmacêuticas Thaís Almeidae Francine Cione. Elas são responsáveis pela dispensação dos medicamentos e toda assistência farmacêutica do projeto. Os medicamentos e materiais utilizados são doados por empresas e Farmácias apoiadoras, bem como por algumas lojas jurisdicionadas ao Grante Oriente do Brasil Paraná (GOB-PR). As roupas e alimentos são frutos de doações feitas pela sociedade civil.

A “O Farmacêutico em Revista” entrevistou Dra. Laryssa para contar um pouco mais sobre este projeto que tem levado dignidade, afeto e esperança para indivíduos que se fazem invisíveis aos olhos da sociedade.

 

ENTREVISTA - Dra. Laryssa K. Rauh Zawadzki - Coordenadora da Farmácia da ONG Médicos de Rua de Curitiba

Como iniciou sua participação no projeto?

No fi m de 2017, através de uma reportagem, conheci o trabalho do médico Mário Guimarães com as pessoas em situação de rua, em São Paulo. Essa mesma reportagem chegou ao conhecimento da Magali Heggler que se empenhou em reunir um grupo de profi ssionais para tornar esse projeto realidade em Curitiba. Em abril de 2018, o Dr. Alan Niemies, que foi meu aluno na graduação e orientando de iniciação científi ca, me convidou para fazer parte do projeto como tutora da “Farmácia de Rua”. Ao conhecer a proposta de cuidado à saúde das pessoas em situação de rua de forma integral e interdisciplinar, não pensei duas vezes e aceitei de imediato. Já estava envolvida com alguns trabalhos sociais, mas vi nesse projeto a oportunidade de contribuir, com meu conhecimento e experiência profissional em favor de pessoas que estão à margem da sociedade. Aliás, gostaria de tornar público a minha gratidão ao médico, Dr. Alan Niemies, por ter visto em mim uma profi ssional que pudesse contribuir com a ONG e a família “Médicos de Rua”.

Qual o sentimento em poder ajudar?

Quando conheci o projeto tive certeza de se tratar de um trabalho social que faria diferença na vida das pessoas em situação de rua, mas não imaginava que também seria tão impactada. Certa vez, eu disse: o nosso trabalho é sobre abrir o coração, encher a alma e receber mais do que é doado. É difícil descrever o sentimento quando vejo o olhar e o sorriso de gratidão daquelas pessoas ao serem acolhidas, ouvidas e cuidadas, mesmo que apenas um domingo por mês.

A atuação do farmacêutico é fundamental?

A ONG “Médicos de Rua” tem como objetivo atuar na promoção e recuperação da saúde, nesse processo o medicamento é uma importante ferramenta terapêutica. Nesse contexto, para garantir a qualidade e integridade dos medicamentos disponibilizados a essa população é imperativo a participação do profissional farmacêutico. Além disso, trata-se de uma população com características particulares e que exige esforços na dispensação orientativa em relação ao uso dos medicamentos, condição em que o farmacêutico deve se fazer presente para garantir a adesão ao tratamento e, consequentemente, a melhora do quadro clínico dos indivíduos atendidos.

 

 

Como é a atuação do farmacêutico inserido na equipe multiprofissional?

Nos 15 meses de atuação na ONG, mostramos aos outros profi ssionais da saúde atribuições do farmacêutico antes não totalmente conhecidas no contexto multidisciplinar e farmacoterapêutico. Foi uma mudança de paradigma. A imagem do farmacêutico como um profi ssional que interpreta a receita e entrega o medicamento vem sendo substituída pela imagem de um profi ssional integrado à promoção da saúde, com amplo conhecimento em farmacologia e farmacoterapia. Atualmente, participamos ativamente junto aos médicos e acadêmicos de Medicina na escolha da melhor terapia medicamentosa e/ou esquema posológico para determinado indivíduo dentro do nosso arsenal de medicamentos, além de reconhecidos como profissionais indispensáveis na orientação em relação ao uso correto dos medicamentos dispensados à população de rua.

A dispensação de medicamentos dentro do projeto deve ser um desafio.

A dispensação tem sido um grande desafi o na “Farmácia de Rua”, porque há várias limitações. A primeira delas é a difi culdade em obter recursos e apoio de empresas da área farmacêutica em relação às doações, o que prejudica a aquisição e o acesso aos medicamentos indispensáveis para o cuidado das doenças comuns e prevalentes das pessoas em situação de rua. A segunda consiste nas particularidades dessa população atendida, pois é um grupo de indivíduos que não tem uma rotina que permita o cumprimento efetivo do esquema posológico dos medicamentos.

Muitas vezes não conseguimos associar o horário de administração com uma determinada refeição ou horário específico. Além disso, quase 90% dessa população faz uso de álcool e drogas ilícitas, o que prejudica a adesão voluntária ao uso dos medicamentos. Muitos desses pacientes alegam que não farão uso do medicamento porque não vai ter efeito já que são usuários de entorpecentes. A adesão ao tratamento também é comprometida devido a doenças psiquiátricas e condições cognitivas decorrentes da dependência química de algumas pessoas que atendemos. É uma nova forma de se fazer assistência farmacêutica, ainda estamos aprendendo em como contornar esses desafi os e tornar nossas ações mais efetivas.

As pessoas em situação de rua apresentam melhoras?

Notamos um progresso em relação a condições agudas e alguns casos de doenças crônicas como, hipertensão e diabetes. As pessoas atendidas são orientadas e encaminhadas para unidades de saúde, quando necessário, para continuidade do tratamento.

Quais são os medicamentos dispensados?

Dispensamos principalmente medicamentos para condições agudas, tais como analgésicos e anti-inflamatórios, relaxantes musculares, antibióticos e antifúngicos de uso oral e tópico, antiparasitários, antialérgicos de uso oral e tópico, gastroprotetores, anticoncepcionais e formulações hidratantes.

Como colaborar com a ONG “Médicos de Rua”?

Para conhecer o nosso trabalho, basta acessar a página do projeto “Médicos de Rua – Curitiba” no Facebook ou pelo Instagram (@medicosderua.cwb).

As doações em dinheiro podem ser realizadas através da conta:
Associação Médicos do Mundo
CNPJ 29.882.366/0002-02
Banco Itaú S/A - Agência: 3702 - Conta corrente: 25411-5

   

Leia mais na 130ª edição da "O Farmacêutico em Revista". Acesse!​​ 

 


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