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Notícias

UFSCar de Araras cria suplemento rico em proteína com bagaço da cana


Data de publicação: 17 de novembro de 2016

Pesquisadores da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), no campus de Araras, criaram um suplemento alimentar feito a partir do bagaço da cana-de-açúcar. Rico em proteínas, ele pode ser consumido por quem tem intolerância à lactose e o grupo agora procura parceiros para disponibilizá-lo no mercado.

O novo suplemento foi desenvolvido a partir do bagaço da cana com a introdução de um fungo, um tipo de cogumelo, que se alimenta de celulose. Por isso, ele consome o bagaço e cresce e, a partir desse material, é feita a cápsula.

O suplemento desenvolvido pelo grupo possui alta concentração de fibras, cerca de 40%, e pouco mais de 20% de proteínas.

Além disso, tem baixo teor de gordura e agentes anticancerígenos.

“A gente sabe que uma grande parte dos fungos possui betaglucana, que é um anticancerígeno. No caso de alguns fungos que nós estamos cultivando, nós também estamos visualizando esse teor de betaglucana”, afirmou o pesquisador Octávio Valsechi.

Sem lactose

Hoje, vários suplementos comerciais são feitos à base de substâncias presentes no leite, que muitos não podem consumir. Outra vantagem desse suplemento feito a partir do bagaço da cana é que ele não possui lactose e, por isso, quem tem intolerância pode consumir à vontade.

“Substitui aquela proteína normalmente comercializada, oriunda do soro do leite, pela proteína oriunda do bagaço de cana-de-açúcar”, disse Valsechi.

Novo destino para o bagaço

O projeto surgiu no curso de pós-graduação em gestão industrial sucroenergética e está sendo desenvolvido na graduação de biotecnologia. Com o novo suplemento, os pesquisadores podem dar um novo destino ao que antes era só reaproveitado para produzir energia.

“A gente encontrou um novo destino para esse bagaço de cana, que seria o cultivo de fungos desse bagaço, o qual a gente consegue secar, moer e colocar em cápsulas que podem ser consumidas como suplemento alimentar”, explicou a estudante de biotecnologia Júlia Gandolphi.

Mercado

O estudo foi apresentado na Feira Internacional de Tecnologia Sucroenergética deste ano, em Sertãozinho (SP). Como a produção é de baixo custo, o próximo passo agora é conseguir fazer essas cápsulas chegarem ao consumidor. “A gente está procurando investidores e parceiros para conseguir colocar essas cápsulas no mercado”, disse Júlia.

Fonte: G1


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