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OMS pede atuação contra hepatite viral e aumento do acesso aos tratamentos
Data de publicação: 22 de julho de 2016
A hepatite viral causa a cada ano 1,45 milhão de mortes, por isso a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu nesta quarta-feira que todos os países atuem contra a doença reforçando a pesquisa e o acesso ao diagnóstico e aos tratamentos.
Por conta do Dia Mundial sobre a Hepatite, comemorado em 28 de julho, a OMS quis fazer uma chamada para que a doença, que causa mais mortes por ano do que a Aids, a tubercolose e a malária, deixe de ser ignorada.
"Seguindo nossa estratégia, acreditamos que se melhorasse a prevenção e os tratamentos, evitaríamos cerca de sete milhões de mortes para 2030", disse em entrevista coletiva o diretor do programa da OMS contra a hepatite, Stefan Wiktor.
A hepatite é a inflamação do fígado, provocada na maioria dos casos por uma infecção causada por cinco vírus principais: A, B, C, D, E.
Enquanto A e E são contraídas pela ingestão de água ou comida contaminada, a B, C e D são contraídas através de fluidos corporais, do sangue (compartilhando seringa, por exemplo) ou por via sexual.
Suas variantes mais perigosas são B e C, que atingem cerca de 400 milhões de pessoas no mundo, das quais entre 20% e 30% terminam por desenvolver cirrose ou câncer de fígado.
Enquanto o tipo B pode ser evitado com uma vacina (só existe vacina para A e B), não existe imunização para a hepatite C.
No entanto, a C se pode ser curada totalmente com remédios, enquanto para a B o tratamento é para a vida, já que a infecção é eliminada, mas o vírus se mantém no corpo.
Segundo a OMS, a hepatite não recebe toda a atenção que requer para sua erradicação devido à dificuldade de explicar a mortalidade associada à doença, principalmente pela variedade de tipos que existem.
Além disso, as vias de contágio são diferentes em cada caso e as mortes normalmente ocorrem décadas após contrair a infecção.
Além disso, em muitas ocasiões, quando a pessoa falece por cirrose ou câncer de fígado, nem sempre é estabelecida uma relação com a hepatite.
Para Wiktor, o problema radica também porque trata-se de uma doença "silenciosa".
"As infecções na maioria dos casos são assintomáticas. Com os tipos B e C, quando se vai ao médico por dores, anos ou décadas depois, já se desenvolveu uma cirrose ou um câncer. Nesse momento é quando muita gente é diagnosticada", explicou o especialista.
"Isto mostra a falta de conscientização e de oportunidades para fazer um exame. O diagnóstico é simples, só é necessária uma amostra de sangue", acrescentou.
Neste sentido, Wiktor ressaltou não só a importância de se concentrar nos tratamentos, mas também nas campanhas de prevenção e sensibilização, ao assegurar práticas seguras nos centros sanitários e fomentar a vacinação.
A Assembleia Mundial da Saúde aprovou em maio pela primeira vez uma estratégia para tratar até 2020 8 milhões de pessoas com hepatite B ou C.
Para 2030, a organização fixou como objetivo reduzir as novas infecções da doença em 90% e as mortes ligadas à mesma em 65%.
Atualmente e graças à inclusão dos fármacos contra os tipos A e B nas cartilhas de vacinação, 82% das crianças no mundo estão imunizadas contra ambos tipos da doença.
Fonte: Terra
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