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Fitoterápicos crescem 161% no SUS e têm menos efeitos colaterais
Data de publicação: 5 de julho de 2016
Os pacientes têm buscado tratamentos mais naturais. Os médicos, por sua vez, têm procurado mais informações sobre o tema. O resultado é que brasileiros passaram a se interessar mais pelos medicamentos fitoterápicos, ou seja, à base de plantas: no SUS, onde são oferecidos 12 desses insumos, a busca cresceu 161% entre 2013 e 2015, segundo o Ministério da Saúde.
— Nos centros urbanos, onde não se tinha muito conhecimento sobre os benefícios das plantas, a demanda por produtos naturais cresceu — explica o secretário substituto da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Pedro Prata: — Esses medicamentos tendem a ser mais baratos e, nos últimos anos, houve uma qualificação dos profissionais de saúde para sua prescrição.
Mas, não é porque é natural que não precisa de bula. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou, no último dia 20, o “Memento Fitoterápico”, um guia que inclui dados de 28 espécies e explica as partes aproveitadas das plantas, contraindicações e posologia.
— As pessoas acham que os fitoterápicos não têm efeito colateral e que podem ser usados de qualquer maneira, mas não é assim. Por isso a necessidade deste documento — diz o diretor Ivo Bucaresky, autor do relatório.
O médico fitoterapeuta, da Associação Brasileira de Fitoterapia, Antonio Carlos Seixlack, alerta para a necessidade de consultar com um profissional, antes de iniciar o tratamento.
— Certos fitoterápicos podem interferir com a ação de outros medicamentos. Mulheres grávidas ou durante o aleitamento devem informar ao seu médico sobre o uso de qualquer planta medicinal, pois algumas podem ser abortivas e passarem para o leite materno — diz o médico, que explica as situações em que a fitoterapia é mais indicada: — Ela tem como alvo as doenças mais simples como resfriados, dores articulares, gastrites, insônia e ansiedade, diarreia. Pode também ser usada como coadjuvante em doenças mais complexas, no entanto, nestes casos apenas por indicação de profissionais capacitados.
Além de destacar o potencial da biodiversidade no Brasil — o que aumenta as possibilidades da medicina através das plantas —, a clínica geral Fátima Christina Machado Cardoso, do grupo de estudo em fitoterapia do Cremerj, afirma que, entre um medicamento tradicional e um fitoterápico, prefere o último.
— É um produto que oferece menos efeito colateral, se usado adequadamente. Dependendo do caso, as dores também melhoram rápido — diz a especialista — Porém, muitos médicos ainda não conhecem os benefícios.
Fonte: Extra
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