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Antibiótico reduz microbiota intestinal de bebês por um ano após o parto
Data de publicação: 16 de junho de 2016
Os primeiros dias após o parto são imprescindíveis ao desenvolvimento do corpo humano. Nessa etapa, o organismo do recém-nascido se adequa para viver fora do corpo da mãe. Médicos e cientistas sabem que ingerir antibióticos de forma exagerada nesse período pode prejudicar a adaptação, além de deixar a criança mais suscetível a problemas como asma, diabetes e alergias. Um grupo internacional de estudiosos decidiu investigar a fundo as complicações causadas por esses remédios. Descobriu que os bebês medicados têm a quantidade de bactérias da microbiota reduzida, e que a amamentação e o parto vaginal podem garantir a variabilidade bacteriana infantil.
“Eu tive essa ideia (de estudar o impacto dos antibióticos) há 10 anos. Queria entender como o microbioma se monta nos primeiros anos de vida e como as práticas modernas, como a cesariana, a alimentação com leite artificial e os antibióticos, podem afetar o organismo”, detalhou ao Correio Martin Blaser, um dos autores do estudo e pesquisador da New York University Langone Medical Center, nos Estados Unidos. O trabalho, que contou com a participação de estudiosos da Finlândia, foi divulgado na edição desta semana da revista Science Translational Medicine.
A análise dividiu-se em duas etapas. Na primeira, os cientistas avaliaram 43 crianças norte-americanas em seus dois primeiros dias de vida. Foram coletadas amostras de fezes dos bebês depois do parto e das mães antes e após o nascimento dos filhos. Descobriu-se que crianças nascidas de parto cesariano, quando o contato com a microbiota da mãe é menor do que no parto vaginal, apresentavam uma diversidade bacteriana menor. A alimentação com leite artificial em vez do materno também interferiu na redução do micro-organismos presentes no intestino dos pequenos.
Excesso de cesáreas
Para evitar esses prejuízos, os autores acreditam que a única saída é reduzir as práticas que prejudicam a microbiota. “Temos muitas cesarianas desnecessárias. A taxa desse tipo de parto é muito alta, principalmente no Brasil. Também precisamos diminuir o uso da alimentação artificial”, defendeu o autor. “Os antibióticos só precisam ser usados quando necessário, quando os benefícios valem os custos. As pessoas têm utilizado esses remédios como se fossem inofensivos, mas eles são prejudiciais ao nosso microbioma”, complementou Maria Gloria Dominguez-Bello, uma das autoras do estudo e professora da Escola de Medicina da Universidade de Nova York.
Para Gustavo Nicolas Medeiros, pediatra da clínica médica Pediatra em Casa, em Brasília, o trabalho traz suspeitas conhecidas na área médica, mas que careciam de mais dados para serem comprovados. “Sabemos que o uso em excesso (de antibióticos) é prejudicial e que realmente ele tem sido receitado de forma exagerada. Muitas vezes, sem necessidade, como em casos de pneumonia, quando não são necessários, mas acabam sendo receitados”, destacou o especialista.
Fonte: Correio Braziliense
A análise dividiu-se em duas etapas. Na primeira, os cientistas avaliaram 43 crianças norte-americanas em seus dois primeiros dias de vida. Foram coletadas amostras de fezes dos bebês depois do parto e das mães antes e após o nascimento dos filhos. Descobriu-se que crianças nascidas de parto cesariano, quando o contato com a microbiota da mãe é menor do que no parto vaginal, apresentavam uma diversidade bacteriana menor. A alimentação com leite artificial em vez do materno também interferiu na redução do micro-organismos presentes no intestino dos pequenos.
Excesso de cesáreas
Para evitar esses prejuízos, os autores acreditam que a única saída é reduzir as práticas que prejudicam a microbiota. “Temos muitas cesarianas desnecessárias. A taxa desse tipo de parto é muito alta, principalmente no Brasil. Também precisamos diminuir o uso da alimentação artificial”, defendeu o autor. “Os antibióticos só precisam ser usados quando necessário, quando os benefícios valem os custos. As pessoas têm utilizado esses remédios como se fossem inofensivos, mas eles são prejudiciais ao nosso microbioma”, complementou Maria Gloria Dominguez-Bello, uma das autoras do estudo e professora da Escola de Medicina da Universidade de Nova York.
Para Gustavo Nicolas Medeiros, pediatra da clínica médica Pediatra em Casa, em Brasília, o trabalho traz suspeitas conhecidas na área médica, mas que careciam de mais dados para serem comprovados. “Sabemos que o uso em excesso (de antibióticos) é prejudicial e que realmente ele tem sido receitado de forma exagerada. Muitas vezes, sem necessidade, como em casos de pneumonia, quando não são necessários, mas acabam sendo receitados”, destacou o especialista.
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