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Alto nível de colesterol bom não garante proteção contra doença cardíaca
Data de publicação: 11 de março de 2016
Na hora de fazer check-up, o médico solicita alguns exames de sangue para ver como andam suas taxas de colesterol. Dias depois, sai o resultado e você sente um alívio. O hemograma mostra que você tem níveis baixos de LDL (taxado de colesterol "ruim") e altos níveis de HDL (o "bonzinho" da história). Mas, será que está tudo bem mesmo com a saúde das suas artérias?
Um estudo feito por pesquisadores da Escola de Medicina Perelman, da Universidade da Pensilvânia (EUA), descobriu que nem sempre ter níveis elevados de HDL no organismo protegem a pessoa de desenvolver doenças cardíacas. Eles mostraram que uma mutação genética pode alterar a proteína que se liga ao HDL, tornando-o, assim, disfuncional. Os resultados da pesquisa serão publicados nesta sexta-feira (11) na revista Science.
O colesterol é um tipo de gordura presente na corrente sanguínea que desempenha funções essenciais para o funcionamento do organismo, como regeneração de tecidos, produção de hormônios, entre outros.
O LDL (lipoproteína de baixa densidade) são nanomoléculas mais simples que, em grande quantidade no organismo, ficam depositadas nas artérias, formam placas, entopem as veias e causam problemas cardiovasculares. O HDL (lipoproteína da alta densidade) leva o LDL de volta para o fígado, para o colesterol "ruim" ser excretado. Por isso, na maioria dos casos, tem uma grande quantidade dele circulando no sangue é algo bom para a saúde do corpo.
Mutação genética atrapalha
"Quando se tentou entender o colesterol, os especialistas perceberam que quanto maior o alto nível de LDL maior risco de infarto. Então, ter o HDL alto seria algo bom para o organismo. Esse conceito imperou durante muitos anos, mas hoje sabemos que a conta não é tão simples quanto parece. O sistema HDL é um sistema preventivo, mas para funcionar ele precisa estar íntegro", explica Andrei Carvalho Spósito, professor de Cardiologia da Unicamp e membro do departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
"Quando se tentou entender o colesterol, os especialistas perceberam que quanto maior o alto nível de LDL maior risco de infarto. Então, ter o HDL alto seria algo bom para o organismo. Esse conceito imperou durante muitos anos, mas hoje sabemos que a conta não é tão simples quanto parece. O sistema HDL é um sistema preventivo, mas para funcionar ele precisa estar íntegro", explica Andrei Carvalho Spósito, professor de Cardiologia da Unicamp e membro do departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
A mutação genética descoberta pelos pesquisadores afeta a integridade desse sistema.
Os pesquisadores sequenciaram o genoma de 328 pessoas com taxas muito elevadas de HDL para identificar as causas de níveis altíssimos desse colesterol e suas consequências. Os cientistas perceberam que uma mutação genética no gene responsável pela produção da principal proteína receptora do HDL torna o corpo incapaz de usar o "colesterol bom" para reduzir as taxas de LDL.
"Esta mutação impede o receptor [a proteína SR-B1] de chegar à superfície da célula, onde ele precisa estar para conseguir se encaixar ao HDL", explica Daniel J. Rader, chefe do departamento de genética da Universidade da Pensilvânia e líder do estudo.
Diabéticos também podem ter HDL disfuncional.
Mas, esse é apenas um dos problemas que podem causa disfunção no HDL. "Pacientes diabéticos geralmente possuem HDL disfuncional, porque há alterações químicas que mudam a maneira como as proteínas se comunicam dentro da célula", exemplifica Spósito, da Unicamp.
Mas, esse é apenas um dos problemas que podem causa disfunção no HDL. "Pacientes diabéticos geralmente possuem HDL disfuncional, porque há alterações químicas que mudam a maneira como as proteínas se comunicam dentro da célula", exemplifica Spósito, da Unicamp.
Segundo ele, estudos como esse são importantes porque mostram que há casos em que a solução não está em medicamentos que aumentam os níveis de HDL do organismo.
"Abre uma janela para entender melhor o funcionamento dessas partículas, quem sabe para a produção de fármacos que corrijam essa deformidade", aponta.
Fonte: UOL
Fonte: UOL
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