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USP testa saliva do Aedes aegypti para tratar inflamações intestinais
Data de publicação: 7 de março de 2016
Pesquisadores da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP de Ribeirão Preto (SP) encontraram na saliva do mosquito Aedes aegypti substâncias anti-inflamatórias capazes de controlar sintomas de doenças crônicas intestinais.
Os testes feitos em camundongos mostraram que a saliva é capaz de controlar os sintomas da doença de Crohn e da colite ulcerativa. O próximo passo da pesquisa é provar que os benefícios também se aplicam a seres humanos. A expectcaiva é que a nova opção de tratamento cause menos efeitos colaterais nos pacientes e reduza as crises.
O mosquito que pode beneficiar pacientes com problemas no trato intestinal é também responsável pela transmissão de dengue, zika vírus e chikungunya.
Saliva anti-inflamatória
O estudo surgiu há quatro anos e observou o momento em que o mosquito pica seu hospedeiro, no caso o homem, e como ele anestesia a pele como forma de proteção e para se alimentar.
“Ele precisa anestesiar o local, diminuir a dor, a irritabilidade da região, alterar o sangramento local para conseguir sugar o sangue. As moléculas na saliva conseguiram controlar a resposta da pele de quem está sendo picado para se sobrepor a essas dificuldades”, explica a pesquisadora Cristina Ribeiro Cardoso.
A partir disto, a equipe passou a estudar se os componentes teriam efeitos anti-inflamatórios e se poderiam ser aplicados para tratar doenças, como as intestinais.
Classificadas como crônicas, a colite ulcerativa e a doença de Crohn ocorrem quando o organismo passa a reagir de forma inadequada às bactérias intestinais. Ao invés de fazer bem, elas acabam prejudicando o organismo e causando uma intensa inflamação no órgão.
Com piora constante, começam a surgir sintomas como diarreia, sangramento, perda de peso, além do risco de evoluir para câncer intestinal.
Substância reverteu quadro em animais
Em um processo minucioso, as glândulas salivares são retiradas dos insetos já mortos, criados no laboratório da USP em São Paulo (SP) e sem infecções de qualquer tipo de vírus.
Camundongos que tiveram a doença induzida receberam de três a quatro injeções da saliva, sendo uma por dia. "Logo nas primeiras aplicações a gente já nota a melhora desses camundongos, melhoram de todos os sintomas e a doença acaba sendo inibida", afirma Cristina.
Segundo a pesquisadora, o teste não causou efeitos colaterais, como ocorre com parte dos medicamentos já existentes. “O trabalho já foi publicado e teve tese de doutorado defendida sobre isso. Agora, a gente está tentando detalhar um pouco mais como é a ação da saliva do mosquito. A partir daí, isolar as moléculas que estão presentes na saliva do mosquito, sintetizá-las no laboratório para começar os testes em larga escala.”
O resultado da pesquisa pode melhorar consideravelmente a qualidade de vida da dona de casa Adriana de Medeiros. Ela foi diagnosticada com colite ulcerativa há seis anos, mas, há três, gasta R$ 90 diariamente com remédios para controlar os sintomas.
"Eu gostaria muito que chegasse logo o tratamento com as pessoas. Eu gostaria de ser uma voluntária na pesquisa. Se esse remédio fosse disponibilizado e mais acessível, seria um conforto a mais", afirma Adriana.
Fonte: G1
A partir disto, a equipe passou a estudar se os componentes teriam efeitos anti-inflamatórios e se poderiam ser aplicados para tratar doenças, como as intestinais.
Classificadas como crônicas, a colite ulcerativa e a doença de Crohn ocorrem quando o organismo passa a reagir de forma inadequada às bactérias intestinais. Ao invés de fazer bem, elas acabam prejudicando o organismo e causando uma intensa inflamação no órgão.
Com piora constante, começam a surgir sintomas como diarreia, sangramento, perda de peso, além do risco de evoluir para câncer intestinal.
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Em um processo minucioso, as glândulas salivares são retiradas dos insetos já mortos, criados no laboratório da USP em São Paulo (SP) e sem infecções de qualquer tipo de vírus.
Camundongos que tiveram a doença induzida receberam de três a quatro injeções da saliva, sendo uma por dia. "Logo nas primeiras aplicações a gente já nota a melhora desses camundongos, melhoram de todos os sintomas e a doença acaba sendo inibida", afirma Cristina.
Segundo a pesquisadora, o teste não causou efeitos colaterais, como ocorre com parte dos medicamentos já existentes. “O trabalho já foi publicado e teve tese de doutorado defendida sobre isso. Agora, a gente está tentando detalhar um pouco mais como é a ação da saliva do mosquito. A partir daí, isolar as moléculas que estão presentes na saliva do mosquito, sintetizá-las no laboratório para começar os testes em larga escala.”
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