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Remédio para diabetes ganha versão para tratar obesidade


Data de publicação: 1 de março de 2016

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovou nesta segunda-feira (29) o Saxenda, a primeira droga contra a obesidade no país desde 1998. O remédio deve chegar ao mercado no segundo semestre de 2016. O medicamento tem o mesmo princípio ativo do Victoza, aprovado no país em 2010 para o controle do diabetes tipo 2 e que, por causar perda de peso, gerou uma corrida às farmácias por pessoas que não tinham a doença. Na época, a Anvisa divulgou comunicado contraindicando qualquer uso do Victoza diferente do aprovado. "Já havia pistas de que a liraglutida princípio ativo da droga poderia ser eficaz na perda de peso, mas não sabíamos como se comportaria em não diabéticos", diz João Eduardo Salles, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Endocrinologia.

A droga depois foi estudada especificamente para a obesidade e aprovada com esse fim -e outro nome- nos EUA, no Canadá e na Europa. A única diferença é a dose, maior na nova droga. "O remédio é novo, ainda está sendo estudado e é preciso cautela, mas é um avanço no tratamento clínico da obesidade", avalia Salles. Hoje, há duas drogas disponíveis: sibutramina e orlistate.

O uso do Saxenda é indicado para adultos com IMC (índice de massa corporal) de 30 ou mais (índice equivalente à obesidade) ou 27 ou mais (sobrepeso) desde que haja pelo menos uma outra doença associada ao peso. "Não é para tratar uma pessoa que quer perder uns quilinhos para o verão. O uso da droga tem que ter indicação médica", afirma Bruno Halpern, coordenador do Centro de Controle de Peso do Hospital 9 de Julho.

Com receita

O preço não foi definido, mas deve ser similar ao do Victoza, que custa cerca de R$ 400. A droga terá tarja vermelha, o que requer receita médica. Na prática, porém, é raro que ela seja cobrada. "É provável que haja uso estético e abusivo, mas isso não invalida o uso por quem precisa", diz Halpern.

Em nota, a Anvisa informou que o Saxenda foi aprovado para controle crônico de peso "em associação a uma dieta baixa em calorias e aumento de exercício físico" e que "a segurança do produto continuará sendo monitorada com estudos pós-comercialização".

O acompanhamento médico é importante inclusive por conta dos possíveis efeitos colaterais. Segundo estudo com mais de 3.000 pacientes publicado na revista científica "New England Journal of Medicine", os mais comuns são distúrbios gastrointestinais, como náusea e vômito, mas também houve eventos adversos ligados a vesícula biliar.

O efeito mais grave foi pancreatite (inflamação do pâncreas) em 10 dos 2.481 pacientes do grupo que tomou a droga. A doença já era fonte de preocupação desde o lançamento do Victoza, mas, segundo Salles, ela tem se mostrado rara na prática clínica.

Veto e liberação

O debate sobre a liberação de alguns emagrecedores segue. Em 2011, a Anvisa vetou três drogas e tornou a venda da sibutramina mais rígida, por falta de estudos que atestem sua segurança. Mas um projeto de lei que permite a venda dessas drogas e proíbe a Anvisa de fazer vetos a essa questão tramita no Congresso.

Após ser aprovado na Câmara e em comissões, o texto deve seguir agora para o plenário do Senado.

Fonte: Folha de S. Paulo


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