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Vacina contra zika não fica pronta em menos de dez anos, diz cientista


Data de publicação: 29 de fevereiro de 2016

O pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Rafael França disse nesta sexta-feira que a vacina contra o vírus da zika não estará disponível no mercado em menos de dez anos. “Existe uma série de fatores que devem ser considerados. Cada fase da pesquisa tem um protocolo que é acompanhado, inclusive, pelos órgãos de regulação. Começando as pesquisas agora, entregar uma vacina à população não leva menos de dez anos”, revelou.

Ele participa da equipe da Fiocruz que estuda a formação e o funcionamento do vírus da zika, além dos possíveis danos causados pelo parasita no cérebro; entre eles, a microcefalia e a Síndrome de Guillain-Barré.

No dia 1º de fevereiro, o ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, disse que a vacina está começando a ser desenvolvida, um processo que, segundo ele, vai demorar de três a cinco anos para ser concluído. “É possível que, nesse intervalo, tenham início os testes em humanos, mas daí a disponibilizar a vacina no mercado é outra história”, afirmou o cientista.

Ainda de acordo com ele, antes de iniciar os testes em humanos, são feitas análises em células, camundongos e macacos, em laboratório. “Depois vem a fase clínica, em pessoas em áreas onde tem circulação do vírus. E daí você acompanha o desenvolvimento das respostas, e isso leva alguns anos. Basta uma delas morrer por causa da vacina, e isso já é suficiente para tirá-la do mercado. São muitos critérios”, explicou. 

Embaixador 

O pesquisador acompanhou a visita do embaixador do Reino Unido, Alex Ellis, ao Recife nesta sexta-feira (26). O representante do país europeu veio conhecer os laboratórios do Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães, da Fiocruz, e verificar o andamento dos estudos, que estão sendo financiados pelo governo britânico.

As pesquisas, que começaram no ano passado, podem resultar na produção de remédios e vacinas. “Essa pesquisa é imprevisível. Nós já conseguimos isolar o vírus, e a gente consegue compartilhá-lo com outros laboratórios do mundo. Também já descobrimos características particulares do vírus”, adiantou Rafael França.

O projeto ganhou o edital do Fundo Newton sobre doenças infecciosas e receberá recursos da Medical Research Council, do Reino Unido, e da Fundação de Amparo à Ciência e Tecnologia de Pernambuco (Facepe). O total investido soma R$ 2 milhões e está sendo liberado pelos próximos três anos.

O embaixador Alex Ellis se mostrou bastante animado com o que viu durante a visita. “Saio daqui muito encorajado. Estamos sempre trabalhando em conjunto com o Brasil, em várias áreas. Vi que a qualidade da ciência brasileira é boa, mas o problema exige esforço internacional, e nós temos empresas boas que oferecem soluções”, ressaltou. [Veja vídeo acima]

Para ele, o zika vírus é um problema que afeta toda a América Latina e há um temor de que a doença prejudique nações com menos estrutura que a brasileira. “O Brasil é um país sólido. Se acontece aqui, isso pode acontecer em outros países mais frágeis”, ressaltou.

Ainda segundo Ellis, os atletas e turistas que planejam vir aos Jogos Olímpicos não devem se preocupar. O evento acontece entre os meses de agosto e setembro, no Rio de Janeiro. “O Reino Unido vem às Olimpíadas. Claro que, para quem está fora, há uma preocupação. Mas esperamos muitos britânicos aqui. E eu não sigo especulações, apenas fatos”, afirmou.

Cooperação internacional
As descobertas dos brasileiros também estão sendo compartilhadas com centros de pesquisas da Grã-Bretanha. Na próxima semana, cientistas da Universidade de Glasgow, na Escócia, participam de um workshop com pesquisadores de vários estados do Brasil no Centro Aggeu Magalhães, que fica no campus da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).

O encontro faz parte ainda do Consórcio Internacional de Pesquisas em Zika, que fornece uma troca de conhecimentos entre estudiosos de todo o mundo. “É um aporte importante para entender a epidemia que acontece no Brasil. Esse projeto nos ajuda a ampliar o conhecimento sobre o vírus. Somos a expertise do Brasil junto com a do exterior”, defendeu o diretor do Centro Aggeu Magalhães, Sinval Brandão Filho.

Fonte: G1



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