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Governos pretendem transformar vacina contra dengue em antizika


Data de publicação: 23 de fevereiro de 2016

Os governos federal e de São Paulo pretendem aproveitar uma vacina contra a dengue que está em fase final de testes para criar um imunizante único —que, além de evitar os quatro tipos da doença, seja ainda anti zika.

A aposta foi divulgada nesta segunda-feira (22) pela presidente Dilma Rousseff (PT) e por integrantes da gestão Geraldo Alckmin (PSDB), no evento em que a União liberou R$ 100 milhões para a terceira e última etapa de testes da vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan, do governo paulista.

“O desafio é chegar à vacina contra o zika vírus. Um dos caminhos é esse,de transformar essa vacina tetravalente contra os quatro tipos de dengue em uma vacina pentavalente incluindo ainda a zika”, afirmou Dilma. A vacina contra a dengue do Instituto Butantan começou a ser estudada em 2008 —e a estimativa é que possa ser aplicada em 2018.

O aporte da União para desenvolvê-la só chegou agora, em meio à repercussão mundial do avanço do vírus da zika, transmitido pelo Aedes aegypti,mesmo vetor da dengue. Antes, havia financiamento do governo paulista, do BNDES e da Fapesp (Fundação Paulista para Pesquisas).

Mas,segundo especialistas, a vacina única precisa seguir testes independentes e deve demorar ainda mais, mesmo que seja aproveitado parte do que já foi adquirido nos testes da vacina contra a dengue. “O desenho de fazer uma mesma vacina contra dengue e zika é interessante,mas,primeiro,é preciso saber como o vírus da zika realmente se comporta”, diz Esper Kallás, infectologista do Sírio-Libanes e pesquisador da USP. “O mais importante é continuar com os testes da vacina contra dengue, que, em termos de saúde pública, é até mais importante que a zika”, afirma Sylvio Renan de Barros, que atuou por três décadas no Hospital Sabará.

Em 2015, a epidemia de dengue no país bateu recorde, com 1,6 milhão de casos. O surto de zika despertou atenção mundial especialmente devido à possível relação com a alta de casos de microcefalia (má-formação no cérebro de recém-nascidos). De outubro para cá, foram confirmados 508 casos e há outros 3.935 eminvestigação.

A vacina do Butantan contra a dengue passou pelas fases 1 e 2 (para avaliar a segurança do produto) e será testada em 17 mil voluntários (para mensurar sua eficácia). O presidente do Instituto Butantan, Jorge Kalil, diz que, se a mistura não for bem-sucedida, será desenvolvida uma nova vacina separada do imunizante contra dengue.

Apostas

Além dos R$100 milhões liberados nesta segunda pelo Ministério da Saúde, a gestão Dilma se comprometeu com mais R$ 200 milhões que devem vir do Ministério da Ciência e Tecnologia e do BNDES. O dinheiro servirá para aumentar a capacidade de produção de vacinas do instituto paulista, por exemplo.

Um outro convênio firmado é para desenvolver tratamento a pessoas infectadas pela zika. O instituto irá estudar soros e medicamentos capazes de diminuir os efeitos do vírus no organismo. “Os dois são igualmente importantes, pois nós conseguiríamos atuar nas mulheres grávidas,principalmente, tentando evitar a transmissão de mãe para filho de zika vírus”, disse David Uip, secretário da Saúde do governo Alckmin. A Fapesp ainda vai investir R$ 100 milhões em trabalhos científicos para investigar dengue, zika e chikungunya.

Fonte: Folha de S. Paulo


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