Free cookie consent management tool by TermsFeed

Utilize o teclado para navegar, com Ctrl + nº da tecla

  Menu   Conteúdo   Busca   Lei Geral de Proteção de Dados   Acessibilidade
  Fonte Maior   Fonte Maior   Fonte Padrão
  Cor Original   Contraste
Notícias

Indústria espera novas regras para medicamento livre de receita


Data de publicação: 17 de fevereiro de 2016

As farmacêuticas esperam uma mudança nos critérios de classificação de medicamentos isentos de prescrição (MIP) ainda neste trimestre. A medida pode liberar 30 novas categorias de medicamentos para venda sem receita médica.

Segundo o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Medicamentos Isentos de Prescrição (Abimip), Jonas Marques, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) se comprometeu a resolver a falta de regulação no segmento até o fim de março deste ano.

"Estive com os diretores da Anvisa há algumas semanas e eles reconhecem que o Brasil precisa se modernizar em relação a regulamentação de medicamentos isentos de prescrição", conta o dirigente.

Depois de 12 anos pleiteando mudanças e definições claras sobre a regulamentação desses medicamentos junto à Anvisa, Marques acredita que agora o setor poderá se beneficiar da mudança nas diretrizes.

"Vamos ter princípios ativos que passarão a ser comercializados como MIP, mas pertencentes a classes terapêuticas que atualmente já são isentas de prescrição", explica.

A mudança vai permitir que as farmacêuticas ampliem seus portfólios atuais sem necessariamente investir no desenvolvimento de novos produtos.

Para isso, a Abimip pede que a Anvisa se baseie nos modelos de switch (alteração do enquadramento da categoria de venda dos medicamentos para MIP) vigentes em outros países.

No mercado norte-americano, citado por Marques como referência para MIP, um remédio comercializado por cinco anos e sem nenhum evento adverso grave, passa a ser isento de prescrição automaticamente.

"São cerca de cinco critérios e o produto passa a ser um MIP. No Brasil ainda não há uma definição clara para aprovar isso, o que trava o mercado", afirma.

No ano passado, a venda de MIP no País registrou alta de 9% para 1,01 bilhão de unidades, de acordo com a consultoria IMS Health. O mercado farmacêutico como um todo, movimentou 3,17 bilhões de unidades no mesmo período, alta de 8% ante 2014, com MIP respondendo por cerca de um terço do total.

Lançamentos

Se confirmada a mudança na regulamentação de MIP até o fim de março, novos produtos podem começar a chegar no varejo em um ano, estima o presidente da Abimip. "É preciso um tempo para aprovar a apresentação daquele medicamento e esse processo deve levar cerca de um ano", diz.

O laboratório brasileiro Aché já tem sete medicamentos, que integram a lista de switch que a Abimip está pleiteando junto a Anvisa, prontos para serem comercializados no varejo.

"Hoje o Aché está fora do segmento de analgésicos, que é o maior no segmento MIP. Mas se a Anvisa acelerar a aprovação desses medicamentos, eu posso lançar produtos nessa área antes do previsto no atual modelo", conta o diretor da unidade MIP Aché, César Bentim.

Sem confirmação de mudanças na Anvisa, a previsão da farmacêutica, atualmente, é lançar pelo menos um analgésico como MIP entre 2017 e 2018. Só neste ano, quatro novos produtos devem chegar ao mercado.

O executivo revela ter ainda o lançamento de mais 15 medicamentos isentos de prescrição previstos até 2020, que não dependem da mudança nas regras atuais da Anvisa.

"Nossa meta é estar entre os três líderes do segmento MIP até 2030. Para atingir isso, sabemos que temos que acelerar o crescimento da unidade de MIP e o lançamento de produtos é parte importante dessa estratégia", comenta Bentim. A divisão de MIP responde hoje por 11% da receita do laboratório.

Segundo o executivo, a perspectiva do Aché para este ano é crescer acima da média do mercado. "Se o segmento MIP pode crescer de 10% a 11%, devemos ficar acima disso", destaca ele.

A companhia sul-africana Aspen Pharma também projeta crescimento para as vendas no Brasil. A estimativa é encerrar o atual ano fiscal em junho de 2016 com alta de 13% nas vendas de medicamentos isentos de prescrição no Brasil.

O gerente de marketing da companhia no País, Jackson Figueiredo, conta que as vendas de MIP representam 40% do total comercializado no mercado brasileiro. "As nossas vendas de MIP vêm crescendo muito em função de novos produtos."

Ele afirma ter dúvidas sobre o impacto da mudança no processo de aprovação de MIP na Anvisa. "O grande gargalo da agência ainda é a fila de liberação de novos produtos. Sem acelerar esse processo, não vejo uma grande mudança apenas com novos critérios", pondera.

Consolidação

Para continuar crescendo no mercado brasileiro, o executivo revela que a farmacêutica sul-africana pode adquirir novas marcas no País. "A compra de medicamentos continua no radar em 2016. Como somos uma companhia que tradicionalmente cresce via aquisições, no momento em que o real está desvalorizado olhamos com mais atenção para as possibilidades aqui e já temos conversas em andamento", diz ele.

Jonas Marques, da Abimip, também observa um maior interesse de investidores e empresas estrangeiras para possíveis aquisições no Brasil. "Quando levamos em consideração a desvalorização do real, o País está em liquidação, mas ainda há muita dúvida das empresas sobre o futuro do mercado local", lembra o dirigente.

Na avaliação dele, a consolidação global de farmacêuticas, movimento que tem se intensificado nos últimos dois anos, deve se manter em 2016. "Com margens menores e custos maiores, você tem que ganhar em escala, então o caminho é comprar. No segmento MIP não é diferente", comenta Marques.

Fonte: DCI


topo