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Riscos e consequências da automedicação
Fonte: Secretaria da Administração e Previdência
Data de publicação: 8 de janeiro de 2016
Poucas pessoas sabem que os medicamentos são os principais agentes causadores de intoxicação no Brasil. De acordo com o Ministério da Saúde, foram registrados quase 60 mil casos de internações por automedicação no país nos últimos cinco anos e, segundo pesquisa do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ), três em cada quatro brasileiros tomam remédios por conta própria.
A automedicação geralmente ocorre quando aquele mal estar aparece em meio a correria do dia a dia e são ingeridos remédios sem prescrição médica, a partir da indicação de familiares, amigos, colegas e vizinhos, o que pode causar complicações mais graves. Para falar sobre o assunto, a Central de Estágio entrevistou o Gerente do Centro de Informação sobre Medicamentos do Conselho Regional de Farmácia do Paraná, Jackson Carlos Rapkiewicz.
CE: Quais são os riscos e as consequências da automedicação?
J.C.R: Primeiramente, é importante diferenciar os termos automedicação e autoprescrição. A automedicação é o uso de medicamentos aprovados para serem utilizados sem acompanhamento médico em quadros leves e autolimitados. O uso desses medicamentos não exige prescrição médica, mas é fundamental contar com o auxílio do farmacêutico. A autoprescrição, por outro lado, é uma prática arriscada em que o paciente utiliza por conta própria um medicamento que necessita de prescrição.
Quando os medicamentos são utilizados sem a orientação de um profissional da saúde, os principais riscos são:
J.C.R: Primeiramente, é importante diferenciar os termos automedicação e autoprescrição. A automedicação é o uso de medicamentos aprovados para serem utilizados sem acompanhamento médico em quadros leves e autolimitados. O uso desses medicamentos não exige prescrição médica, mas é fundamental contar com o auxílio do farmacêutico. A autoprescrição, por outro lado, é uma prática arriscada em que o paciente utiliza por conta própria um medicamento que necessita de prescrição.
Quando os medicamentos são utilizados sem a orientação de um profissional da saúde, os principais riscos são:
- mascarar os sintomas de uma doença que esteja em andamento;
- desconhecer riscos de reações adversas e contraindicações;
- utilizar o medicamento de forma errada;
- possibilitar a interferência de um medicamento com outro.
Como consequência do uso inadequado de medicamentos, há muitos casos de intoxicação (os medicamentos são as substâncias que mais causam intoxicação em humanos no Brasil) e reações adversas. Além disso, ocorrem falhas terapêuticas (o tratamento não produz o resultado desejado) e quem utiliza antibióticos por conta colabora para que os micro-organismos se tornem resistentes.
CE: Quais sãos os casos mais frequentes de automedicação entre os jovens?
J.C.R: Entre os jovens parece existir uma procura por substâncias relacionadas à estética, principalmente os anabolizantes e os anorexígenos. Estas substâncias podem causar reações adversas graves quando usadas sem supervisão, por isso sua comercialização está sujeita a controle especial. Os jovens também buscam medicamentos que aumentem a concentração e melhorem o rendimento nos estudos, porém este resultado só ocorre em pessoas que apresentam quadros específicos que precisam ser diagnosticados por especialistas.
CE: O corpo pode se acostumar com o uso continuo de algum remédio utilizado na automedicação?
J.C.R: O uso prolongado de medicamentos deve ocorrer somente com a supervisão de um profissional da saúde. Sem o acompanhamento necessário, o uso contínuo de medicamentos que precisam de prescrição pode resultar em perda do efeito, dependência e reações adversas como por exemplo enfraquecimento dos ossos, com o uso prolongado de corticoides, e rinite medicamentosa, com o uso excessivo de descongestionantes nasais tópicos. Medicamentos que não necessitam de prescrição possuem baixo potencial de causar reações graves, mas não são isentos de risco.
CE: Em caso de gripes, resfriados, dores de cabeça, por exemplo, é preciso sempre passar por consulta médica?
J.C.R: O farmacêutico tem um importante papel no sistema de saúde que é auxiliar pacientes com quadros leves e autolimitados. Para isso, ele pode indicar medicamentos especialmente aprovados pelo Ministério da Saúde para uso sem supervisão médica, chamados medicamentos isentos de prescrição (MIP). Antes de indicar um medicamento ou qualquer outra medida a um paciente, o farmacêutico deve avaliar seus sintomas e seu estado geral de saúde. Caso ele verifique que o quadro pode ser grave, o paciente será orientado a procurar outro serviço de saúde. Exemplos de situações em que o farmacêutico pode indicar medicamentos incluem dores, queimaduras, alergias, certos tipos de infecção de pele, tosse, congestão nasal, diarreia, desconforto gástrico e parasitas intestinais.
CE: Qual o alerta ou recomendação que o senhor faz aos jovens sobre esse assunto?
J.C.R: Os medicamentos são desenvolvidos para curar, controlar, diagnosticar ou prevenir doenças, porém, se utilizados de forma abusiva ou inapropriada, podem trazer graves consequências. Por isso, eles devem ser utilizados apenas quando realmente necessários e com a supervisão de profissionais da saúde. Quem compra medicamentos em academias ou em outros locais não autorizados (incluindo páginas clandestinas na internet) pode adquirir produtos falsificados, contendo substâncias proibidas, de uso veterinário, fabricados em condições precárias de higiene e que trazem riscos à saúde.
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