Free cookie consent management tool by TermsFeed

Utilize o teclado para navegar, com Ctrl + nº da tecla

  Menu   Conteúdo   Busca   Lei Geral de Proteção de Dados   Acessibilidade
  Fonte Maior   Fonte Maior   Fonte Padrão
  Cor Original   Contraste
Notícias

Exigência de receita para compra de medicamentos de tarja vermelha gera polêmica


Data de publicação: 1 de junho de 2012

A exigência de receita médica para a compra de remédios com tarja vermelha causou polêmica nesta quinta-feira (31), em audiência pública da Comissão de Seguridade Social e Família. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) já exige prescrição médica para a compra de medicamentos de tarja vermelha, como anti-inflamatórios e hormônios (pílulas anticoncepcionais e repositores), mas, na prática, a medida não é aplicada pela maior parte das farmácias. A agência estuda a implementação de mecanismos mais rigorosos para impedir a venda desses medicamentos sem receita, incluindo mais fiscalização e a aplicação de penalidades para quem descumprir a norma vigente.

O deputado Geraldo Thadeu (PSD-MG), que solicitou a audiência, critica a exigência. Para ele, a regra prejudica o consumidor, ao obrigá-lo a pagar por consulta médica para obter a receita. Além disso, segundo o parlamentar, o sistema de saúde público brasileiro não está preparado para essa determinação. "Cerca de 30 milhões de mulheres usam pílula e, se todas tiverem que ir ao médico e obter receita para comprar a medicação, o Sistema Único de Saúde (SUS) não suportará a demanda", argumenta.

Segundo a gerente-geral do Núcleo de Gestão do Sistema Nacional de Notificação e Investigação em Vigilância Sanitária da Anvisa, Maria Eugênia Cury, a agência classifica os medicamentos em três categorias: sob prescrição (com tarja vermelha); sob prescrição com retenção de receita (antibióticos e psicotrópicos, como antidepressivos e ansiolíticos, por exemplo); e isentos de prescrição (analgésicos, por exemplo). Os medicamentos com tarja vermelha exigem a apresentação de receita, sem que ela seja retida pela farmácia. Maria Eugênia disse que é preciso que as exigências atuais sejam de fato cumpridas, para evitar a automedicação e o uso inadequado dos medicamentos. "Não podemos negligenciar o que já está definido", destaca.
De acordo com dados apresentados pela Associação dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac), dos 160 milhões de anti-inflamatórios vendidos no último ano, apenas 2 milhões tinham prescrição médica. Dos 9 milhões de pílulas do dia seguinte vendidas no mesmo período, 6 mil foram com receita médica. Dos 132 milhões de hormônios (repositores e anticoncepcionais) vendidos durante esse período, apenas 806 mil tinham receita.

 

Antibióticos


A representante da Anvisa explica que, no caso dos antibióticos, foi implementada em novembro de 2010 a obrigatoriedade de retenção da receita médica, porque as farmácias ignoravam a exigência de prescrição para a venda desse tipo de medicamento. Conforme Maria Eugênia, desde a implementação da medida, a venda de antibióticos caiu.
Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), 2/3 dos antibióticos utilizados no mundo são usados sem prescrição médica e mais de 50% das prescrições de antibióticos são inadequadas. Além disso, a OMS estima que aproximadamente 50% dos antibióticos são administrados desnecessariamente.

 

O presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sérgio Mena Barreto, defende a retenção de receita médica para a compra de antibióticos, porém ressalta que falta fiscalização da medida. Conforme dados apresentados por ele, um ano depois da implantação da medida, a venda de antibióticos caiu cerca de 18% nas redes de farmácias e, nas farmácias independentes, caiu apenas 2%. "Isso quer dizer que temos dois Brasis: um que segue a regra, outro que não segue a regra", afirma. Para ele, é necessário equacionar o problema da dificuldade de obter receita médica por grande parte da população.
O diretor técnico da Alanac, Henrique Uchio Tada, também se preocupa com a falta de acesso da população aos serviços médicos. "Há estados do Brasil em que há menos de um médico para cada mil habitantes, como o Maranhão, em que a proporção é de 0,48 médicos por mil habitantes", disse. Segundo ele, há concentração de profissionais nos estados mais populosos e capitais. Em Brasília, por exemplo, há 4 médicos para cada 1.000 habitantes. Tada ressalta ainda que 144 milhões de pessoas ou 75% da população brasileira dependem exclusivamente do SUS.

Para o presidente do Conselho Consultivo da Associação da Indústria Farmacéutica de Pesquisa (Interfarma), Jorge Raimundo, a aplicação imediata e generalizada da regra, para todos os medicamentos de tarja vermelha, é "impossível" no sistema de saúde brasileiro. Ele defende a aplicação paulatina, por categoria de medicamento. "A Anvisa deveria analisar que categorias de remédios podem ser isentas de tarja vermelha e quais de fato apresentam risco sanitário", sugeriu. A representante da Anvisa afirmou que a agência está aberta ao debate.

 

Fonte: Agência Câmara de Notícias

 


save
Resposta ao Termo de Intimação

Resposta ao Termo de Intimação

folder_open
Solicitações de Documentos

Documentos

upload_file
Baixa de Responsabilidade Técnica

Baixa de Responsabilidade Técnica

content_copy
Cópia de PAF

Cópia de PAF

info
Defesa de Auto de Infração

Defesa de Auto de Infração

sync
IRT

Ingresso de Responsabilidade Técnica.




Redes Sociais

topo